Queria ser escritor.
Talvez escrever o mundo,
Esculpir na folha de papel,
Queria ser escritor,
dissera.
Escrever os rostos sábios e cansados,
Escrever a vida,
Escrever os passos pela rua.
Roubaram-lhe a caneta,
Roubaram-lhe a alma,
Saquearam-lhe o sonho.
Ninguém nasce para escrever,
disseram eles.
A sua voz lá no fundo,
A sua voz cada vez mais forte.
Eu queria ser escritor.
Ninguém nasce para escrever.
Sabes?
Ninguém deveria nascer para aniquilar sonhos.
2 comentários:
Não posso deixar de saudar esta incursão poética. Não é que a prosa não seja, também, profundamente poética na sua raiz.
Começo por comentar este poema porque, por si só, o título me diria quase tudo. Bem o sabes mas não será de mais referi-lo, estás a tornar-te uma escritora com todos os ingredientes necessários para caminhar no mar da profundidade, da moldável alegoria das ideias, na oculta poesia que cada palavra esconde dentro de si. Caminha, caminha, caminha.
João Teago Figueiredo
mais umas palavras, mais vidas, mais sensações, mais motivos para sentir e escrever! Gostei muito!
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