Olho-te,
E de repente,
É como se te escrevesse,
Como se te pintasse sem usar uma única cor,
Como se a caneta deslizasse sobre o papel e fosses todas as palavras que algum dia poderiam ser escritas.
Quando te olho,
Escrevo-te,
E quando te escrevo é impossível parar de te olhar.
Sei que estás aí,
sei que não escondes porque não te sabes esconder,
que não mentes porque não te sabes mentir,
que não sorris, porque nunca te soubeste sorrir.
Para sermos para os outros, precisamos de ser primeiro para nós.
Para me escreveres, tens de escrever-te por dentro,
Ouviste?
Tens de te olhar.
Tens de te olhar e acabar com a certeza de que nunca te conhecerás ao certo.
De que nunca saberás quem és e nunca poderás saber quem sou.
Somos textos escritos e apenas isso nos define,
Depois das palavras,
Apenas uma coisa existe:
A escuridão.
Tu sabes e eu sei.
Isa Mestre
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
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5 comentários:
O que eu sei é que voltarei mais vezes...:)
um dia ainda escolho eu as notas da minha turma
ja foi o dia xD
um dia ainda se perde a vergonha e se diz as coisas na cara. ainda nao foi o dia.
Isa... Eu adoro os teus poemas... Sempre que aqui venho me surpreendes... Ler o que tu escreves, do modo como o escreves... A perfeição existe, li-a aqui. =)
PS - Lê o Entrei. Confronta-os... Diálogo?...
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