O silêncio tem destas coisas,
Lembra-nos a morte.
Olhamo-nos ainda sem saber que podemos dizer,
Sem saber ao certo que palavras escaparam à censura do coração.
Dizes-me,
- Vou ter saudades tuas.
Sorrio-te.
Abraçamo-nos.
Nunca nos abraçáramos antes.
Queria dizer-te que me fará falta a tua voz,
A tua teimosia,
A tua ternura e o teu altruísmo.
Não digo nada.
Perco-me na multidão,
Esbato-me nos rostos dos passageiros apressados,
Nos sorrisos a disfarçar lágrimas profundas,
Nos acenos de mão que quiseram tantas vezes ser abraços.
Esbato-me na multidão e esqueço-me que existes,
Que existimos,
Que podemos ainda vir a existir.
Isa Mestre
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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