terça-feira, 27 de março de 2007

Escuta-me

Quando me perguntares porquê,
Hei-de responder-te a única coisa que trago gravada no peito,
As únicas letras,
Que sendo minhas me fogem a cada instante.

Porque o que sou é o que sinto,
E o que faço é o que sinto e o que sou.

Não me procures.
Vivo dentro de ti…
E talvez por isso te perguntes,
- Porquê?
Enquanto te abraço.

- Porquê?,
Quando parecemos tão ridículos nestes actos.

Escuta.

Porque só abraço aqueles de quem gosto.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Pensamento

Ás vezes queria apenas dizer-te obrigada,
Por esse castanho doce dos teus olhos,
Por essa sinceridade no sorriso,
Por todos os sonhos que não cabem no mundo…

Dizer-te que gosto de ti.
Abraçar-te.
Sorrir-te.
E ao menos uma vez na vida,
Não me sentir ridícula.

Não me acreditar sozinha
Neste mundo de tanta gente
Sem saber sorrir,
Nesta planície de tantos sonhos,
Sem terra para crescer.

Pudesse eu dizer-te que gosto de ti,
Apenas isso,
Como se fosses sangue do meu sangue,
Como se escrevêssemos arduamente a história de uma vida.

Pudesse eu ver-te sorrir sempre,
Acreditar que há réstia de alegria,
Na tristeza obscura do meu coração.




*A alguém que sente, vive, ama e sorri. Alguém que saberá quem é, mesmo sem que precise dizê-lo.

sábado, 3 de março de 2007

Pugno

Lutador.
Nos dedos o sangue das feridas,
chamar-lhe-ão feridas de batalha,
resquícios da guerra.

Porque nos teus olhos há a inocência,
a meiguice daqueles meninos
que queremos beijar e não se pode.

Lutador.
É este o teu nome.
Mesmo depois de tudo acabar,
será este o teu nome,
sempre.

Quando te sararem as feridas das mãos,
ensiná-las-ás a escrever,
não palavras de guerra,
mas gestos de paz.

Lutador.
Tens os olhos cansados de tanto ver,
perdeste a alma por aí,
não procuras nada nem ninguém.

És teu e não te pertences.
És tu e não te reconheces.

Um dia chamar-te-ão lutador
e tu nem olharás para trás.
Mas, as mãos,
essas continuaram repletas de feridas.
 
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