quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ad eternum

Queria que este poema fosse para ti.
Mesmo que não o ouvisses,
Mesmo que não pudesses lê-lo,
Mesmo que a escuridão e o medo te fizessem esquecer quem sou.
Queria que este poema fosse para ti.
Mesmo que as palavras estivessem gastas e que os gestos se cansassem de sorrir,
Mesmo que fizesse frio e a solidão te gelasse os sentidos.
Queria que este poema fosse para ti.
Mesmo que eu já não estivesse.
Mesmo que te escrevesse de qualquer outro lugar. Mesmo que te sorrisse. Mesmo que te amasse sem nunca te poder amar.

Isa Mestre

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Arrivederci

O silêncio tem destas coisas,
Lembra-nos a morte.

Olhamo-nos ainda sem saber que podemos dizer,
Sem saber ao certo que palavras escaparam à censura do coração.

Dizes-me,
- Vou ter saudades tuas.
Sorrio-te.

Abraçamo-nos.

Nunca nos abraçáramos antes.

Queria dizer-te que me fará falta a tua voz,
A tua teimosia,
A tua ternura e o teu altruísmo.

Não digo nada.
Perco-me na multidão,
Esbato-me nos rostos dos passageiros apressados,
Nos sorrisos a disfarçar lágrimas profundas,
Nos acenos de mão que quiseram tantas vezes ser abraços.

Esbato-me na multidão e esqueço-me que existes,
Que existimos,
Que podemos ainda vir a existir.

Isa Mestre
 
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